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Em 1970 apareceu em Rio Branco um japonesinho que entendia muito de elétrica de automóveis e caminhões. Ele começou a trabalhar ali perto da ponte de ferro, no mesmo ano já tirou o alvará da firma que tem até hoje, 54 anos depois. Masami foi trazido a Rio Branco a convite do amigo Vitor Loureiro que o conhecia numa oficina de Curitiba. Havia pouco ou quase nenhum profissional de sua área na cidade e assim ele foi fazendo freguesia.
Masami Fukuda chegou na cidade com apenas 20 anos, hoje tem 74 e continua trabalhando na mesma profissão. Ele conta que aprendeu com 10 anos de idade a consertar automóveis, por ter descendência japonesa pegou gosto pela tecnologia, seus pais são japoneses natos, ele é nissei. Masami conta que antigamente era mais fácil, consertava de olho fechado os carros de Rio Branco. Na época tinha muita Rural, Jeep e fusca, além dos caminhões. Os motoristas cruzavam o Brasil pra só deixar ele tocar no seu caminhão, ele é reconhecido por ser um perito na parte elétrica dos veículos.
Nesses 62 anos de serviço ele nunca tirou férias, isso mesmo, trabalha sem parar. Nunca ficou rico, sequer tem sede própria, paga aluguel até hoje e nunca comprou um carro 00km. Porém seus conceitos de vida são outros. Seu maior orgulho é ter uma linda família, unida que o ama muito. Com a tecnologia a sua profissão tende a acabar e ser substituída por máquinas e computadores que rastreiam o carro através de milhares de cálculos. Já o trabalho do Massami é artesanal. Olha, ouve o carro e depois põe a mão e sempre resolve o problema.
*Matéria publicada no Jornal Expresso em 2016,
Autoria: Ivo Faria
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