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NHÔ MARIANINHO: UM TESTEMUNHO DE HSTÓRIA E FÉ
Ele nasceu escravo, foi liberto pela princesa Isabel, sobreviveu à guerra do Paraguai, trabalhou na lavoura, curou doenças com ervas e rezas, e viveu até os 122 anos. Ele era nhô Marianinho, um personagem que remonta o tempo da libertação dos escravos, marcado pelo tempo, mas não pelo resgate espiritual que atormenta o homem dos dias atuais.
Ele morava em Rio Branco do Sul. Ele vivia em uma casinha de barro. Andava com os pés descalços, era homem santo, curador, as pessoas sempre o buscavam para curas. Sempre dava bons conselhos. Falava que o povo não comia coisas saudáveis, que o povo antigo fazia o suador, sofreu muitas febres e maleita, de cobra foi picado três vezes, mantinha sempre a alegria de viver.
Ele nasceu em 1856, no município de Castro, e que foi escravo até os 32 anos. Ele foi liberto pela princesa Isabel, que assinou a Lei Áurea em 1888. Ele ficou muito feliz com a notícia e que agradeceu a Deus pela sua liberdade.
Viveu no tempo da guerra do Paraguai, que aconteceu entre 1864 e 1870. Ele não participou da guerra, mas que viu muitos soldados passarem pela sua região. Ele contou que alguns soldados eram muito maus e que matavam os animais e roubavam as plantações dos moradores. Ele disse que tinha medo deles e que se escondia no mato.
Ficou assustando quando viu um avião, estava trabalhando na roça quando ouviu um barulho estranho no céu. Ele olhou para cima e viu um objeto voador com asas, ficou assustado e pensou que era um bicho que vinha chegando, correu para casa, contou para os outros o que tinha visto.
Além de lavrador, ele era também curador. Ele aprendeu com os seus pais e com os índios como usar as plantas medicinais para tratar as doenças. Ele sabia fazer chás, xaropes, compressas e pomadas com as ervas da mata. Ele curava dor de cabeça, dor de barriga, dor de dente, gripe, tosse, ferida e até picada de cobra. Ele também rezava pelos doentes e que pedia a Deus pela sua recuperação.
Em 1978, ficou internado no Hospital das Clínicas, em Curitiba, onde foi levado por amigos da igreja da Batista. Ele precisava fazer uma cirurgia de esôfago, mas parecia não ter consciência da sua fragilidade, ou não se importar com isso.
Ele disse que estava pronto para ficar nessa terra ou ir embora a qualquer momento em que fosse chamado. Segundo um dos médicos que acompanhou o caso, enchia o sétimo andar do hospital com as suas histórias que falavam de um século.
Faleceu em 1980, aos 122 anos. Ele deixou um legado de história e fé para as gerações futuras. Ele foi um exemplo de resistência, de trabalho, de sabedoria, de bondade e de alegria. Ele foi um homem que viveu a história do Brasil e que fez a sua própria história.
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