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O governo brasileiro incentivou a vinda de italianos prometendo que a comida caía do céu. Prometia-se transporte gratuito, hospedagem, assistência durante os primeiros tempos, Instrumentos de trabalho, sementes e crédito para comprar um lote de terra. Foi com essas promessas que Domingos Stocchero deve ter chegado ao Brasil no início de 1880, veio com a esposa Francisca e mais dois irmãos.
Passou toda viagem escondido no porão do navio porque veio fugido da guerra. Era um homem baixinho e gordinho, tinha menos de um metro e meio. No começo ficou em Morretes, depois Bacacheri e finalmente chegou a Itaperuçu por volta de 1890, e mudou a história da cidade.
Comprou terras e montou o primeiro armazém de secos e molhados da região. Vendia de tudo, desde roupas até ferramentas, remédios, enfim, era como se fosse uma mistura de mercado, loja de roupas, agropecuária, farmácias e tudo que se pudesse imaginar ele tinha para vender.
Parada obrigatória
Os tropeiros paravam em seu armazém se reabastecer. Trocavam gado por comida, porcos por roupas, galinhas por fumo, era tudo na base da troca, não existia muito dinheiro no início do século passado. Por ali passavam tropas com mais de 500 cabritos e descansavam nos seus galpões. Seu Domingos Stocchero foi comprando terras que na época era muito barato, chegou a ser dono de 90% das terras de Itaperuçu, boa parte de Rio Branco e Almirante Tamandaré.
Vagões de trem
Quando o trem chegou a Itaperuçu, em 1909, Domingos Stocchero foi o maior beneficiado. Comprava de vagões de trigo, açúcar, e revendia tudo. Todas as localidades em volta negociava com ele. Seu bisneto, Adir Stocchero, hoje com 80 anos lembra que o velho Domingos tinha burras de dinheiro cheias por volta de 1950, tinha uma sala cheia de dinheiro que chegou perder a validade.
Ninguém nos dias de hoje chega perto em volume de dinheiro da riqueza que o seu Domingos Stocchero tinha. Morreu em 1953 aos 88 anos, oitenta dias depois de sua esposa falecer. Contam os mais antigos que ele morreu com as mãos curvadas para dentro de tanto fazer pacotes em seu armazém, já que na época não havia sacolas.
Pesquisa realizada por Ivo Faria
*Foto colorida digitalmente
Publicado no Almanaque de Itaperuçu em 2013
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